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CATARINA PATRÍCIO

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Um travelling-shot sobre o último dia na terra.

A operação da câmara consiste num travelling que percorre um desenho* em vários sentidos enquanto se conta uma história sobre guerra e cinema. A percepção faz-se parcelarmente – enquadram-se fragmentos do plano de conjunto que é o desenho.

Começamos com um grande-plano ao cogumelo atómico, a sua imagem-afecção. Solta-se do estático, e recua a câmara, mostrando como a explosão acontece ainda a uma distância segura, a da imagem emoldurada na parede. A câmara dá a ver a cadeira e a mesa. Estamos numa sala. Depois vem o corte – é já no plano da cortina que descemos, escorregando vagarosamente pelo tecido para encontrar um gato à janela, purring in is sleep. O plano médio, que é a sua imagem-ação, revela primeiro uma mulher, depois um homem. Estão de gabardina, não pretendem ficar por muito tempo. Finalmente vemos um grande globo que cintila. São estes os cortes-móveis de um todo que apenas se revela no fim. Mas no fim de quê exatamente?

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